quarta-feira, 30 de junho de 2010

As Ervas ... As ervas eram limpas uma a uma, sem água, somente com as mãos. Processos semelhantes aos cubos de açúcar. A preocupação com dimensões pré-definidas e coerentes no todo; de forma a facilitar o cozimento ou a ingestão dos alimentos crus. Passado o primeiro processo, seriam lavadas e secas num outro enorme pano de algodão puro, para absorver a água natural... E eram muitas as quantidades, e o trabalho diário se prolongava em horas seguidas. Seriam utilizadas no almoço do dia seguinte, frescas e cozidas...

A Senhora das Ervas

... Sua função era varrer e limpar as ervas, que seriam usadas; e manuseadas para as refeições. Praticamente fazia isso todos os dias. Eram horas para limpar adequadamente cada tipo...

Sobre sua idade, nem ela mesmo sabia. Respondia pelo nome simples de Nanê. Dizia ter visto a troca de cinco reis. Calculava-se sua idade em mais de cem anos. Só na família somavam cinqüenta deles. Mas ali o tempo é outro, e suas considerações também. Cuidara dos quatro filhos da primeira esposa e dos quatro, da segunda...

... E o verbo empregado naquele lugar tinha o peso do conhecimento, da cultura falada, repassada; dos mais velhos aqueles que a carregarão; como toda tribo, toda reminiscência, que não foi corroída. Só entende isso país de história velha... Achava que ela dizia isso...

... Durante todos aqueles anos, não havia aprendido o farsi, que é o idioma oficial do Irã. Quando chegara a capital com a família, era analfabeta. Nascera possivelmente em Tabriz, ao norte; fronteira com a Turquia. Não sabia das letras. A comunicação mesclava o dialeto à língua e gestos; E era assim que organizava a casa...

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sobre a cultura Persa ... Tâmaras

... Vinham em cachos ainda amarelas. Eram penduradas próximo à porta de entrada da cozinha para amadurecer...

...Proveniente de uma espécie de palmeira, os frutos levavam semanas para madurar, e durante o inverno, substituiriam o açúcar durante o chá.

Pão e Queijo de Cabra... Durante as refeições acompanhava o pão iraniano. Numa mesa posta, tradicional, este ritual define a família e há milênios é repetido; até hoje, da mesma forma...

... E o pai desse universo velho, até então mais velho ainda, agonizava a dor dos sábios. A dor científica dos que enxergam pelas lentes do tempo. O pai do universo era o Tempo! Voavam horas descompassadas, sem asas, com pressa. Horas modernas controladas pelo rojão dos afazeres, dos fatos, das informações. Pressa! O senhor de tudo, tinha a pressa de um relógio sem ponteiros.

ERA UMA VEZ O TEMPO QUE ERA O PAI DO UNIVERSO, QUE PRECISAVA ESCURECER A NOITE, ACENDER O DIA E ILUMINAR FORMIGAS QUE Andavam DE SAPATO...!

terça-feira, 22 de junho de 2010

O sol, implacável, despertaria sua ira. Queimaria a pele dos homens e das folhas e qualquer sombra de teimosia. Se a tudo iluminava convidaria os olhos então... A reflexão; Emanando odores, evaporando água suja, e criando desertos inteiros como quem adverte a própria existência. Secaria a língua dos feitores, de suas mulheres e filhos; entendia que o perdão escondia a necessidade. Era um guerreiro, um general. Alastraria a fúria dos oceanos e as rachaduras do deserto. Secaria rios e inundaria paletós. Deveria conter esse ódio nuclear. Investimentos milionários que travestiam a própria miséria. Fortuna suficiente para fomentar a paz em qualquer parte, qualquer continente. O planeta azul geóide circundado por... Lixo! E lá se vão pagãos da alma universal. Derretendo geleiras, assoreando rios. Eram amantes da própria desordem. Mas pagariam maltrapilhos e afortunados. As sobras seriam saqueadas por quem pudesse. É como se as mãos do cangaceiro Virgulino novamente sangrassem a caatinga e escorresse seiva terra afora. Não sabiam os astronautas quão negros eram os inacessíveis buracos ou as profundezas de cada um. Sabiam apenas que a princesa era azul. A certeza caminhava sob os pés de quem estava onde se via. Via Láctea, via satélite. Contemplavam com conhecimento de causa a tela pintada por um deus artista. Chorariam dentro de suas armaduras. Pobres homens astronautas Somos nós! Mudar costumes, hábitos. Gerações e gerações. É como se as necessidades não fossem indivisíveis e comuns àqueles que compartilhavam oxigênio e pisam o mesmo chão. As máquinas ruminando horas de combustível químico obedeciam às diretrizes dos que não se importavam. Moradias amontoadas. Eram latifundiários da própria cova remendando o Tempo. Novamente e sempre. Inevitável senhor de tudo. O TEMPO!

Pensassem vocês que todos daquela vila sabiam dele estariam enganados. Optara pelo isolamento por vontade própria. Em função das circunstâncias! Dizia que transformaria o surto em ato. Simples mesmo: a solidão física de um corpo isolado e livre. Não para ficar trancado pensava...! Preferia outra deserção ou salvar a alma ou a vida toda... E era conveniente a decisão tomada. Pegou as coisas que eram poucas e foi fazer a vida nas montanhas azuis. As cavernas eram sabidas, mas não freqüentadas e tinha água por todo canto. E um frio de gelo que doía o calcanhar e retornava as lembranças... E viam alguns poucos que passavam o sujeito olhando o tempo.

Depois disseram que era de uma sensibilidade ímpar capaz de enxergar o que os outros não sabiam. E falavam que entoava cânticos que acordavam rosas. Quase que cadenciadas as informações se adiantavam e velozmente eram percebidos seus efeitos...

Certo sujeito passou a caminhar todos os dias. Era negociante e acreditava que se visse aquele homem teria sorte nos negócios. Outro se banhava nas cachoeiras de baixo quando o outro mergulhava; em cima! Acreditava ser quase benta toda água que a pedra despejasse. Era um santo que nadava!... Outro não chegou até lá, mas num sonho ouviu as preces e curou o espírito de não sei qual mau pressentimento. Era notícia numa cidade quase diminuída de tão pequenininha... E passavam estrangeiros com suas versões apalavradas em banco de igreja.

Chegavam de todos os cantos versões do mesmo enredo do homem, da cura e do poder de uma fé muda, acompanhada de longe por um maltrapilho que não sabia de nada e somente achara uma forma de fugir do hospício estadual...

Tantas eram as mesmas novas que a história envelhecia na metade do caminho... Falou-se muito até que anunciada fora a morte do dito. Alvoroço a parte foram conferir os ossos. Fêmur exposto, juntas, vértebras, caixa craniana. Encontraram a cabana de madeira simples, uma cama e poucas panelas velhas. Sobre o passado alucinado ninguém lembrava mais. Não havia registros naqueles interiores e o nome agora era segredo guardado nos arquivos de Deus. Falaria com o pobre as profundas orações...

Honraram aquele homem de longe sem degustar o risco sonoro da palavra falada!... Saudaram e acreditaram num santo sem voz que ecoasse idéias!... Disseram que o turismo local hoje recebe gente de todos os lugares. A cabana fora promovida a museu e os ossos cremados e transformados em cinza que enchiam frascos pequenos e suspeitos de milagres...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

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Cultura Persa... Tâmaras... Vinham em cachos ainda amarelas. Eram penduradas próximo à porta de entrada da cozinha para amadurecer...Proveniente de uma espécie de palmeira, os frutos levavam semanas para madurar, e durante o inverno, substituiriam o açúcar durante o chá.

Sobre a cultura Persa... O Mercado

...Todo tipo de gente, tecido caro e roupa puída de pano velho; toda sorte de especiaria e todo ato de barganha; é tradição anunciar sua oferta. Ou renegociar. Como se fizesse parte de uma ritualística persa atingir o que faça ambos sorrirem e prenuncie boa negociação. Unânime coro de costumes, e cheiros; todas “quinquilharias” que pudesse remeter o leitor aquelas vistas; até vento pede passagem na multidão. Com sabor de canela, cravo, noz moscada e cheiro de suor e tempero forte e tudo o que possa chegar dos arredores que podem ser muito longe. Parece parado no tempo o mercado; exatamente como na antiga mesopotâmia...

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